FISIOTERAPIA É O TRATAMENTO RECOMENDADO PARA HÉRNIAS DE DISCO, CIRURGIA É ÚLTIMA OPÇÃO.
A hérnia de disco é uma lesão
que ocorre com mais frequência na região lombar. Essa doença é a que mais
provoca dores nas costas e alterações de sensibilidade para coxa, perna e pé.
Aproximadamente 80% das pessoas vão experimentar a dor lombar em algum momento
de suas vidas. A localização mais comum da hérnia de disco lombar é no disco
que fica entre a quarta e quinta vértebra lombar (L4/L5) e no disco que fica entre
a quinta vértebra e o sacro (L5/S1).
Na
maioria dos casos, os sintomas melhoram naturalmente com três meses, mas podem
ser auxiliados com tratamentos clínicos e fisioterapêuticos. Mesmo o paciente
se sentindo bem sem tratamento, é importante que ele faça um programa de
tratamento voltado para a funcionalidade normal da coluna e para o seu
fortalecimento. As pesquisas são categóricas: após os primeiros sintomas de
dores nas costas, os músculos que protegem a coluna vertebral começam a ficar
fracos e atrofiados.
COMPOSIÇÃO DO DISCO
O disco
é composto de duas partes principais: uma delas é a parte central, chamada
núcleo pulposo ou líquido viscoso. O núcleo funciona como um amortecedor para
proteger das pressões e torções exercidas por nós no dia a dia. A segunda parte
é composta de um tecido cartilaginoso chamado anel fibroso. Esse anel mantém o
núcleo na parte central e tem características elásticas que permitem e
facilitam os movimentos de flexão, extensão e rotação do tronco.
Existe uma
estrutura muito importante chamada placa terminal que faz parte desse complexo,
mas essa estrutura pertence à vértebra e fica localizada na região superior e
inferior de cada vértebra. Assim, a integridade dessas estruturas é que
conserva e nutre o núcleo pulposo. Com a degeneração destas estruturas, os
líquidos do núcleo poderão migrar para os corpos vertebrais. O início deste
processo é chamado de Modic tipo I. Alguns autores afirmam que este
processo inflamatório e degenerativo na placa terminal poderá causar dores na
coluna vertebral.
A saída do núcleo
pulposo ou o abaulamento do disco poderão provocar uma pressão nas raízes
nervosas correspondentes à hérnia de disco ou à protrusão. Essa pressão na raiz
nervosa poderá causar os mais diversos sintomas
DADOS
95% das pessoas que sofrem com a
hérnia de disco não precisam realizar cirurgia na coluna vertebral, podendo
tratar com método não invasivo.
13% das consultas médicas envolvem
dores na coluna.
15% da população mundial sofre com
a hérnia de disco.
70% da população brasileira com
mais de 40 anos sofre de algum tipo de problema na coluna.
Essa doença é a 3ª causa de
aposentadoria precoce, as dores nas costas são também o 2° principal motivo
das pessoas que tiram licença no trabalho.
Mais de 6 milhões de
brasileiros sofrem com a doença e é a 2ª maior causa de
afastamento do trabalho, ficando atrás apenas das doenças cardíacas.
Pessoas com faixa etária de 25-45
anos apresentam o maior índice de casos de hérnia de disco.
CAUSAS
A palavra “coluna” já diz tudo sobre
a importância desta estrutura no nosso corpo. Ela é o centro de equilíbrio do
sistema musculoesquelético do ser humano e fornece a base para a estabilização
do nosso corpo, permitindo uma distribuição perfeita das forças e dos gestos
exercidos no nosso dia a dia ou nas práticas esportivas. Não é à toa que muitas
lesões da coluna vertebral são atribuídas ao desequilíbrio
e ao desalinhamento desta estrutura. Ou seja, a má
postura é, sem dúvida, a grande vilã das mazelas existentes na coluna.
Existe uma postura correta para
qualquer movimento que realizemos, inclusive, quando estamos em posição
estática. Com a correria do dia a dia, nem sempre é possível obedecer a todas
as regras, mas ainda assim podemos adotar o máximo de cuidado para não
sobrecarregar os nossos músculos e articulações.
MÁ
POSTURA É A PRINCIPAL CAUSA!!!
TIPOS DE HÉRNIA DE DISCO
> Protrusas: O disco
se alarga, mas contém o líquido gelatinoso no seu centro. A base do disco se
avoluma e fica mais larga que o diâmetro de origem. As paredes do disco poderão
tocar em regiões e áreas de grande sensibilidade nervosa, gerando dores e
incapacidades.
> Extrusas: A hérnia
de disco lombar extrusa é uma condição ortopédica muito frequente e importante
que afeta os discos intervertebrais da coluna que funcionam como verdadeiros
amortecedores. A patologia se dá quando há o rompimento desse anel fibroso e o
conteúdo gelatinoso interno ou núcleo pulposo sai por meio de uma fissura na
membrana, havendo perda de contato dos fragmentos extravasados com o seu meio
interno.
> Sequestradas: A
hérnia de disco sequestrada é aquela que rompe a parede do disco e o líquido
gelatinoso migra para dentro do canal medular, para cima ou para baixo. Além da
pressão na raiz nervosa, provoca inflamação e compressão contínua. É o tipo de
hérnia que provoca a chamada dor química, pois esse núcleo pulposo, quando fora
do seu ambiente natural, tem propriedades químicas ácidas e provoca dores
insuportáveis. O paciente se apresenta com postura antálgica, inclinando o
tronco para o lado que lhe dê conforto. Neste caso, a melhora só será possível
com medicamentos, repouso ou até mesmo cirurgia.
Manter
a postura correta não é importante, apenas, para a boa aparência, alterações
posturais desde a infância, por exemplo, já predispõem problemas na vida
adulta. Daí a necessidade de prevenir hábitos incorretos de postura.
COMO CORRIGIR A POSTURA
O
importante é jamais forçar demais, apenas, uma parte do corpo, os ossos têm que
suportar pesos iguais. Quando você senta, por exemplo, nunca deve apoiar o peso
somente em uma perna, deixando a outra solta. É fundamental o aprendizado do
não desperdício de energia durante a execução de movimentos ou em posição
estática, distribuindo o peso do corpo de forma equilibrada. Algumas dicas para
evitar problemas posturais:
– ATIVIDADES DOMÉSTICAS
Na
realização de atividades domésticas, evite trabalhar com o tronco totalmente
inclinado se estiver em pé; no ato de passar roupa, a mesa deve ter uma altura
suficiente para que a pessoa não se incline, outra dica é utilizar um apoio
para os pés alternando-os sempre que houver algum incômodo. Para calçar os
sapatos não incline o corpo até o chão, sente-se e traga o pé até o joelho. Ao
se elevar um peso acima da altura da cabeça, deve-se apoiar o peso no corpo e
subir em uma escada ou banquinho para depositá-lo adequadamente. Ao erguer um
peso deve-se abaixar flexionando os joelhos até em baixo sem curvar a coluna,
levantar-se transferindo a carga para os músculos das pernas que são mais
fortes do que os da coluna, caso seja possível coloque o objeto em um carrinho
e empurre.
– AO DORMIR
Na
hora de dormir também são necessários cuidados como escolher um bom colchão
semi-rígido ou de espuma para distribuir bem o peso do corpo, um bom
travesseiro e adotar algumas posturas corretas na cama. Se você costuma dormir
de barriga para cima utilize um travesseiro em baixo dos joelhos; ao dormir de
lado, um travesseiro entre as pernas que devem estar dobradas. Dormir de bruços
não é recomendado, mas se você não consegue de outro jeito utilize um
travesseiro embaixo da barriga e não da cabeça, diminuindo a curvatura lombar.
– AO SENTAR
Sentar
corretamente também é muito importante para uma boa postura. Procure manter os
pés apoiados no chão; coxas tocando suavemente a maior área possível do
assento; evite cruzar as pernas e deixe-as ligeiramente afastadas; a coluna
deve ser mantida ereta, de forma a preservar suas curvas naturais (encoste as
costas completamente no sofá ou na cadeira, evitando esparramar-se). Manter a
coluna ereta é sempre melhor do que deixá-la inclinada em qualquer situação.
Adotar
uma postura correta para sentar evita dor nas costas e sérias lesões na coluna
vertebral. Quando se senta da maneira apropriada há uma distribuição uniforme
das pressões sobre os discos intervertebrais e os ligamentos e os músculos
trabalham em harmonia, evitando desgastes desnecessários.
– AO TRABALHAR
No
trabalho também é importante adotar posturas menos prejudiciais. Se você
trabalha sentado, os seus braços devem ficar pendidos ao longo do corpo ou os
antebraços apoiados na mesa de trabalho. Evite torções de corpo inteiro,
levante-se ou use uma cadeira apropriada que gire com facilidade para pegar
algo, falar com alguém ou jogar papel no lixo. Caso trabalhe com computador,
procure regular a tela de modo que a borda superior fique na altura do olhar
para o horizonte, mantenha o queixo paralelo ao chão. Para ler, evite ao máximo
ter que baixar a cabeça, se for preciso adquira um suporte de livros.
OUTROS FATORES QUE, ALÉM DA MÁ POSTURA, PODEM SER
PREJUDICIAIS:
1 – Fatores
hereditários;
2 – Traumas diretos ou
de repetição;
3 – Fumo;
4 – Idade avançada
(também é motivo de lesões degenerativas);
5 – Sedentarismo (é um
fator determinante para dores nas costas);
6 – Ação de inclinar e
girar o tronco frequentemente;
7 – Posição de ficar em
pé ou sentado por muito tempo, principalmente no trabalho;
8 – Ação de levantar,
empurrar e puxar objetos;
9 – Movimentos
repetitivos em casa ou no trabalho;
10 – Prática esportiva;
11 – Trabalho que
provoca vibrações no corpo;
12 – Trabalhar
dirigindo;
13 – Fletir o tronco com
frequência para apanhar objetos;
14 – Fatores
psicológicos e psicossociais.
SINTOMAS DA HÉRNIA DE DISCO
Os
sintomas mais comuns são dores localizadas nas regiões onde existe a lesão do disco. Essas dores podem ser
irradiadas para outras partes do corpo. Quando a hérnia é na coluna cervical,
as dores ou as alterações de sensibilidade se irradiam para as regiões
superiores dos ombros, para os braços, as mãos e os dedos. Se a hérnia de disco
é lombar, as dores se irradiam para as pernas e pés.
O
paciente pode também sentir formigamento, dormência, ardência e dores na parte
interna da coxa. As pessoas relatam que é uma “dor chata” e que não existe
posição que melhore. Alguns relatam que pioram quando vão dormir. Isso acontece
porque nesse momento o corpo fica relaxado e os discos se reidratam, aumentando
o seu volume, e consequentemente comprimem as raízes nervosas. Nos casos mais
graves, a compressão poderá causar perda de força nas pernas e até mesmo
incontinência urinária.
PRINCIPAIS SINTOMAS:
1 – Dor nas costas há
mais de três meses;
2 – Coluna torta quando
entra em crise;
3 – Dor noturna que
piora durante o sono e que permanece ao acordar;
4 – Dor que piora ao
ficar em pé com a perna estendida;
5 – Bastante dificuldade
para ficar sentado por mais de 10 minutos;
6 – Redução de força em
uma das pernas ou nas duas;
7 – Impossibilidade de
ficar de ponta de fé com uma das pernas;
8 – Dor, formigamento ou
dormência nos membros;
9 – Dificuldades
extremas para segurar a urina;
10 – Redução do
rendimento e desânimo para a realização de atividades rotineiras;
11 – Dores de cabeça
associadas a dores na região da nuca e que se prolongam para os ombros;
12 – Dificuldades para
se locomover ou levantar algum objeto.
Qualquer
um desses sintomas representa um sério problema para sua coluna vertebral. Não
tome remédios por conta própria nem espere que sua dor melhore sozinha. Nenhum
tipo de dor na coluna deve ser ignorado, principalmente, quando o paciente
detecta a presença de um ou mais dos sintomas listados acima.
Ao
identificar incômodos similares, deve-se procurar por ajuda médica
imediatamente. Mascarar a dor com o uso de medicamentos (por conta própria) ou
“receitas caseiras” é colocar a saúde em risco. O ideal é investigar a causa
das dores e demais sintomas com a ajuda de um especialista para que a raiz do
problema (e não somente os efeitos que ele manifesta) seja tratada de forma
adequada e efetiva.
DIAGNÓSTICO E EXAME
O
diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando-se em conta o histórico do
paciente, as características dos sintomas e o resultado do exame físico
realizado durante a avaliação. As regiões mais comuns de serem acometidas com
hérnia de disco são a coluna lombar e
a coluna cervical.
Quando
as pessoas procuram por um profissional com queixas de dores no pescoço,
exploramos inicialmente a possibilidade de existir alguma assimetria facial,
observamos o tipo de mordida e analisamos se o comportamento do paciente tem
características de ansiedade ou estresse. Esses fatores contribuem para o
aparecimento de dores na coluna cervical e até mesmo da hérnia de disco. Exames
como raio X, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho
da lesão e a localizar em que exata região da coluna está a lesão, mas eles não
são decisivos para a tomada de conduta.
O
exame mais importante e decisivo é o que realizamos com o paciente: ouvir o que
ele tem para nos falar sobre a dor, procurar saber o que ele faz no dia a dia
em casa e no trabalho e entender as reações do corpo. Todos esses detalhes
poderão dar uma grande contribuição para melhora do paciente, e cabe ao
profissional ficar atento. A falta de atenção com o paciente é um dos fatores
de negligência das condutas dos profissionais de saúde. O cuidado e a atenção
com os nossos pacientes são imperativos.
As
dores lombares também têm suas peculiaridades, mas, assim como ocorre com as
dores cervicais, procuramos primeiro escutar o paciente e, depois, fazer o
exame clínico. Fazer uma boa avaliação física do quadril é de fundamental
importância, pois é muito comum as pessoas que têm limitações ou lesões nessa
região também terem dor na coluna vertebral. Essa relação entre o quadril e a
coluna vertebral já foi motivo de muitas pesquisas científicas. Hoje podemos
afirmar categoricamente que existe uma forte ligação entre as duas estruturas e
que é muito comum encontrarmos em nossos pacientes dores ou restrições em ambas
as estruturas.
O
mais importante é que hoje nós temos excelentes alternativas de tratamento sem
cirurgia. A população deve ter consciência desses novos conceitos de tratamento
e não aceitar a primeira proposta de condutas invasivas. Os governos federal,
estaduais e municipais e os planos de saúde não aguentam mais pagar tanta conta
de cirurgia de coluna e – o mais importante – muitos desses procedimentos não
estão trazendo os resultados desejados para os pacientes. Existem médicos que estão
exigindo que o paciente assine um longo contrato antes dos procedimentos. Tudo
isso para o médico se precaver das futuras reclamações ou processos judiciais.
Parece até a confirmação do insucesso que vai existir com o procedimento. É
importante que todos pesquisem e tenham mais cautela e paciência no momento de
escolher o médico.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO EXATO:
Pessoas
com suspeita de hérnia de disco são diagnosticadas em, apenas, 1% a 5% dos
casos com a patologia. A maior parte não tem hérnia discal, mas sim outros
problemas, como o famoso bico de
papagaio, ou seja, a falência estrutural ou funcional dos discos
intervertebrais.
Muitas
vezes, o sintoma que o paciente acredita ser de determinada doença é, na
verdade, decorrente de outro problema que pode ser de resolução mais simples –
e também mais grave. Daí a necessidade de um diagnóstico exato e precoce.
Nenhum paciente deve ser submetido a qualquer tratamento antes do primeiro
passo (insubstituível): a avaliação. Um especialista deve realizar todos os
procedimentos para identificar o problema a ser tratado, as necessidades
específicas para o quadro daquele paciente e as limitações apresentadas pelo mesmo.
Uma vez realizado esse passo inicial, o atendimento poderá ser direcionado ao
paciente com uma maior garantia de resultados seguros através do tratamento.
COMO PREVENIR UMA HÉRNIA DE DISCO
Mudanças no estilo de
vida são indispensáveis para evitar o surgimento da hérnia de disco. Dentre as
orientações, podemos destacar:
– Evitar o fumo;
– Praticar atividades
físicas sob orientação profissional para, sobretudo, fortalecer a musculatura
de sustentação da coluna, tornando-a mais resistente aos possíveis impactos;
– Adotar uma dieta
saudável para controlar o peso corporal e prevenir que a coluna sofra com as
sobrecargas;
– Não carregar excesso
de peso no dia-a-dia ou no trabalho;
– Praticar exercícios de
alongamento;
– Manter uma postura
adequada em todas as situações.
HÉRNIA DE DISCO COMO CAUSA DE APOSENTADORIA
A
hérnia de disco é uma causa de radiculopatia, traduzida como qualquer doença
que afete a raiz dos nervos espinhais. Ela tem alta incidência entre pessoas
adultas jovens, o que não significa dizer que crianças e idosos estejam livres
dessa afecção na coluna. Segundo dados do IBGE, a patologia atinge cerca de 5,4
milhões de brasileiros, podendo ou não apresentar sintomas e ocorrendo com
maior frequência na região inferior das costas (lombar).
Para
fins previdenciários, a impossibilidade de desempenho de atividades em
decorrência de alterações patológicas ocasionadas por doenças ou acidentes é
considerada como incapacidade laborativa. Desse modo, qualquer enfermidade pode
ser geradora de incapacidade parcial ou total.
Nesses
casos de diagnóstico já comprovado da hérnia de disco, a continuação do
trabalho pode acarretar o agravamento da doença bem como o risco de vida
pessoal ou de terceiros em virtude das limitações funcionais e laborais que a
patologia gera, principalmente, em decorrência da irritação do nervo que pode
interromper os sinais do cérebro, causando fraqueza muscular.
No Brasil, uma das
causas mais comuns para as dores nas costas é o desenvolvimento da hérnia de
disco. Os transtornos da coluna vertebral são responsáveis pela maior parte dos
afastamentos no trabalho e auxílio-doença e grande parcela dos casos de
aposentadoria precoce por invalidez. O comportamento sedentário da maioria da
população tem contribuído bastante para o agravamento dessa patologia, além de
outros hábitos inadequados do dia a dia, como a má postura.
SEDENTARISMO
– Prefira subir e descer
escadas ao invés de usar o elevador ou a escada rolante;
– Deixe o carro na
garagem para percorrer pequenas distâncias, como, por exemplo, aquela ida à
padaria;
– No trabalho, tente
levantar a cada meia hora e caminhar um pouco pelo ambiente – isto ajuda a
evitar as dores;
– Quem pega ônibus para
voltar para casa pode descer uma parada antes e fazer o restante do trajeto a
pé;
– Pequenas tarefas
domésticas, como fazer faxina, levar o cachorro para passear e arrumar a cama
colaboram para colocar o corpo em movimento e evitar problemas futuros;
– É importante praticar
uma atividade física, pois o sedentarismo pode acarretar dores nas costas, em
virtude do enfraquecimento muscular.
GESTAÇÃO E HÉRNIA DE DISCO
Durante
a gestação, a barriga da mulher pode crescer até cerca de 40cm. Esse
crescimento leva a alterações na morfologia da coluna, ocorrendo,
principalmente, aumento da curvatura da região lombar. Estima-se que cerca de
80% das gestantes apresentarão algum tipo de dor nas costas.
A
causa da dor nas costas está na alteração da postura das mulheres, que, devido
ao peso da barriga, deslocam o centro de gravidade para a frente. Essa projeção
da barriga gera uma hiperlordose lombar, ou seja, um aumento na curvatura da
coluna lombar. Além do desconforto, a gestante tem dificuldade para realizar
diversas atividades, como levantar e sentar, permanecer por muitas horas em uma
mesma posição e até dormir.
Com o passar das
semanas, o centro de gravidade do corpo se desloca cada vez mais para frente.
Da vigésima à vigésima oitava semanas de gestação é o período mais acometido,
porém pode iniciar-se já a partir da oitava semana.
Durante
a gestação, ocorre uma intensa transformação no corpo da mulher, para que esta
se prepare para o momento do parto. Hormônios como a relaxina e o estrógeno,
provocam uma maior frouxidão nos ligamentos da coluna e da bacia. Alterações na
postura durante a gestação, através das compensações, auxiliam na manutenção da
posição ereta e olhar horizontal, enquanto o crescimento do feto e o aumento do
útero provocam um aumento do peso da mulher e afetam o equilíbrio do corpo. O
aumento do peso é concentrado inicialmente na barriga e os músculos abdominais
vão diminuindo o seu tônus pelo crescimento do útero. A lordose lombar aumenta
para compensar esse peso e sobrecarrega a porção inferior da coluna. O
resultado disso tudo são intensas dores na região da coluna.
Vale ressaltar que as
mulheres que já apresentavam alguma história de dor nas costas antes de
engravidar têm chance aumentada de sofrer com a coluna.
CUIDADOS IMPORTANTES PARA GESTANTES
As
mulheres devem se atentar à sua saúde. Gestantes podem praticar exercícios
físicos na gravidez, pois são uma ótima maneira de prevenir as dores nas
costas, tendo em vista que estes são fundamentais para manter o peso sob
controle e, além disso, fortalecem a musculatura abdominal. Mas procure
praticar regularmente exercícios físicos de preferência com orientação
profissional. Lembre-se de conversar com o seu obstetra para certificar-se de
que a atividade física é liberada no seu caso.
Outro
cuidado importante é manter uma alimentação regulada, engordando apenas o
recomendado (de 9 a 12 kg, variando de acordo com o IMC da mulher ao
engravidar), afinal, quanto mais pesada a gestante estiver, maior será a
sobrecarga na coluna.
Controlar os hábitos
posturais diariamente, principalmente no trabalho, e dormir bem também são
práticas essenciais para o bem estar da futura mamãe.
– Cuidados com a postura
A
gestante deve ter alguns cuidados redobrados quando o assunto é postura.
Atenção para manter a postura ereta! Ao sentar, deixe toda a coluna apoiada no
encosto, deixando um ângulo de 90 graus entre o corpo e as pernas; os ombros
devem sempre permanecer alinhados e relaxados, caso contrário, a grávida pode
sentir dores também no pescoço.
Evitar a permanência por
longos períodos na mesma posição, ainda que com a postura correta. Esse é outro
fator que pode desencadear o problema. Quem trabalha muitas horas na frente do
computador, deve fazer algumas pausas rápidas ao longo do dia, nem que seja
apenas o tempo necessário para tomar um copo de água ou ir ao banheiro.
Lembrando que, mesmo
após o parto, as dores podem continuar, devido ao esforço dedicado no cuidado
com o bebê. Por isso, cuidado com a manutenção da postura ereta e evite
esforços, abaixando sempre dobrando os joelhos e contraindo o abdômen. Apoie os
braços ao amamentar e permaneça sentada com a coluna ereta.
– Para relaxar
Já
que não se pode controlar o aumento da barriga, siga essas orientações e,
quanto possível, realize alongamentos como esse: deitada de costas, flexione as
duas pernas juntas, em direção ao tronco. Mantenha-se na posição por 30
segundos e descanse por um minuto. Em seguida, repita o movimento mais duas
vezes. Esse alongamento pode ser feito de manhã, antes de sair de casa, após a
prática de atividades físicas ou quando sentir incômodo na região lombar. Mas,
para se levantar, é preciso se virar de lado e apoiar o peso nos braços.
Fazer uma automassagem
com bolinhas de tênis ou similares também ajuda a reduzir a tensão dos músculos
da região.
PREVENÇÃO JÁ NA INFÂNCIA
Segundo estudos, antes
dos 15 anos, cerca de 60% dos meninos e 70% das meninas já foram acometidos por
dores nas costas. O problema não é mais exclusivo de adultos, crianças de
diferentes idades já apresentam queixas cada vez mais intensas de dores na
coluna. Para evitar que essas dores incomodem o grupo infantil, o ideal é
prevenir o quanto antes. Se os devidos cuidados forem tomados desde cedo,
educando as crianças para que tenham hábitos adequados, os riscos de dores nas
costas podem ser, consideravelmente, reduzidos.
Na infância, as dores
nas costas podem ser provocadas por uma má posição na cadeira do colégio ou
mesmo em casa, na hora de comer e estudar. Outros fatores, além da má postura,
que também contribuem para o surgimento das dores: quantidade excessiva de
livros na mochila, falta de exercícios físicos que fortaleçam as costas e o
corpo como um todo e os hábitos sedentários, como ver muita televisão e estar
muito tempo deitado. Lesões provenientes de alguma queda ou pancada também
podem incomodar as costas, assim como a obesidade infantil. Sabe-se que a maior
parte das dores é de origem muscular.
A
prática de exercícios físicos na infância é a medida mais importante para
prevenir dores na coluna e que podem a se tornar crônicas no futuro, inclusive
com o acometimento de doenças como a hérnia de disco. Tudo, entretanto, com
moderação, pois se a criança praticar muitas atividades físicas também poderá sofrer
com os sintomas de dores.
Uma
dica é praticar esportes em família e, assim, formar adolescentes e adultos já
acostumados com os exercícios. Essas atividades físicas ajudam a desenvolver a
musculatura potente e resistente e contribuem para a formação adequada da
coluna vertebral. Mas, lembre-se: os exercícios devem ser supervisionados por
profissionais de fisioterapia ou de educação física. Também é importante
observar a postura da criança para que os vícios posturais não acabem gerando
desvios, prejudicando severamente a coluna.
OS MALEFÍCIOS DA OBESIDADE
A
obesidade ocorre quando a ingestão de alimentos é maior que o gasto energético
do organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia.
Estudos têm demonstrado a relação dessa doença com o predomínio de dor nas
costas. Alertando para o fato do excesso de peso ser prejudicial à saúde da
coluna vertebral.
Quando o indivíduo está
acima do peso, acaba oferecendo uma carga maior sobre a coluna e,
consequentemente, os discos são afetados, aumentando os riscos de doenças como
a hérnia de disco. Isso é o que muitos estudos comprovam, que o maior risco de
dores na coluna e de doenças na região é apontado em grupos de pessoas com
sobrepeso, obesos e obesos mórbidos.
Além
disso, outros hábitos também podem influenciar na dor. O fumo demonstrou ser um
grande preditor de dor lombar, além do sedentarismo, principalmente nos
indivíduos com IMC mais elevados. Isso quer dizer que, hábitos não saudáveis,
como o fumo, e não praticar atividades físicas têm um maior peso na saúde da
coluna dos indivíduos com sobrepeso ou obesos.
Porém, apesar dos
fatores desanimadores, grandes ganhos podem ser adquiridos através da prática
de atividades físicas, ou pequenas mudanças nas atividades rotineiras. Quando
um indivíduo deixa de ser sedentário, praticando exercícios físicos, mesmo que
simples atividades domésticas, pode reduzir o risco de dor nas costas em 17%.
Para
aqueles que já possuem excesso de peso, aumentar a quantidade de tempo de uma
atividade física moderada (como por exemplo, caminhada, hidroginástica, andar
de bicicleta e dança) por mais de 20 minutos por dia, pode reduzir o risco de
dor lombar em 32%.
Dar um pouquinho mais de
si pode fazer a diferença! Ir um pouco além nos exercícios, principalmente
aeróbicos, traz inúmeros benefícios. Para os obesos mórbidos, se estenderem a
duração média de tempo gasto para fazer uma atividade moderadamente intensiva
por pelo menos um minuto adicional a cada vez que o exercício é realizado reduz
as chances de ter dor nas costas em 38%.
SALTO ALTO E A COLUNA DA MULHER
O
uso do salto deve ser moderado. Em nome da vaidade, muitas mulheres não abrem
mão do salto alto e acabam pagando um alto preço por isso. A postura exigida
para “manter-se no salto” pode levar a problemas na coluna como a hérnia de
disco. Isso porque o uso do salto exige mudanças posturais ao pisar. Os pés
ficam em posição de flexão plantar (ponta do pé). Com a mudança do eixo de
gravidade mais anteriorizado, a base de apoio diminui na região do calcanhar,
centralizando toda sustentação do peso na região dos dedos dos dois pés.
O
salto provoca mudanças na angulação do cérvix do fêmur, que tende a pressionar
a cartilagem do acetábulo e, com o tempo, desgastá-la causando deformidades,
descontrole postural e mudanças na marcha. Muitas mulheres acometidas pela doença
têm dúvidas em relação ao melhor tipo de tratamento. Há dados que indicam que
apenas 5% das hérnias precisam de cirurgia. O tema tem gerado grande polêmica,
pois muitos profissionais da saúde têm indicado cirurgia na maioria dos casos.
Embora, diversos estudos apontem o tratamento convencional com fisioterapia,
medicamentos e exercícios, como um dos melhores para o tratamento da hérnia de
disco.
CIRURGIA PARA HÉRNIA DE DISCO
Segundo
pesquisas, somente 10% dos casos de hérnia de disco precisam de cirurgia. A
maioria é curada com terapias não agressivas. O que acontece, em geral, com as
pessoas que sofrem com hérnia de disco é o encaminhamento para uma cirurgia
corretiva. Como toda operação, esse procedimento implica riscos, como o de
sofrer reações à anestesia ou ser vítima de infecções.
Um
estudo publicado na Revista da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos
mostrou que esta deveria ser a última possibilidade a ser cogitada. O trabalho
afirma que cerca de 90% dos indivíduos portadores de hérnia de disco podem se
recuperar com o uso de técnicas como fisioterapia, acupuntura, reeducação
postural global (RPG) e analgésicos. Isso quer dizer que apenas 10% têm
necessidade de fazer cirurgia. As pesquisas prévias sobre o tema foram
amplamente revisadas, chegando, assim, a tal conclusão. No grupo de pessoas
avaliadas, os que apresentavam recorrência da hérnia após a cirurgia eram, em
sua maioria, jovens e pessoas que trabalhem com atividades que exijam esforço
físico. O resultado vem ao encontro do que têm defendido especialistas no
assunto.
A hérnia de disco
está entre as queixas mais recorrentes quando o assunto é problema na coluna.
Apenas no Brasil, são mais de cinco milhões de pessoas sofrendo com os traumas
resultantes dessa complicação. A hérnia de disco nada mais é do que uma ruptura
estrutural em um dos discos da coluna, ocorrendo com mais frequência na região
lombar ou cervical. Além de provocar dor, ela geralmente inabilita a vítima de
exercer suas funções normalmente.
Após passar por um diagnóstico
médico, muitas pessoas são logo encaminhadas para a cirurgia, expondo seus
organismos aos riscos inerentes a qualquer intervenção cirúrgica. Mas o que o
grande público não sabe, e merece saber, é que a cirurgia não é a única solução
para esse mal, e muitas vezes é a saída menos indicada. A Academia Americana de
Cirurgiões Ortopédicos afirma, com base em estudos, que cerca de 90% dos
portadores de hérnia de disco podem melhorar através de práticas orientadas e
regulares de técnicas como a acupuntura, a fisioterapia, o Rolfing e o RPG
(Reeducação Postural Global).
“A cirurgia só deve ser uma opção
quando não há resposta terapêutica a um tratamento de no mínimo oito semanas
envolvendo fisioterapia, outras técnicas e medicamentos”, alerta o reumatologista
paulista
Confira quais são as possibilidades de tratamento:
Fisioterapia: Tratamento
recomendado principalmente para o relaxamento e a reeducação postural. Evita
que problemas pequenos se tornem grandes.
Acupuntura: Indicado como
complemento de outras terapias e apenas para problemas em estágio inicial. O
tratamento à base das agulhas serve para aliviar dores e desbloquear terminais
de energia espalhados pelo corpo.
Rolfing e RPG: Ambos são
muito úteis no fortalecimento das vértebras, gerando flexibilidade e maior
capacidade de movimentos.
Anti-inflamatórios: Quando a
situação está realmente grave, os terminais nervosos, a musculatura, as
articulações e os ligamentos ficam contraídos pela inflamação, causando mais
dor que o suportável. Os anti-inflamatórios são bem úteis nesse caso.
Exercícios físicos: Fortalecer os músculos, em especial o grupo abdominal, é primeiro passo pra quem quer ficar longe dos problemas de coluna. É possível reforçar músculos e tendões que circundam as vértebras e impedir o avanço da doença.
Exercícios físicos: Fortalecer os músculos, em especial o grupo abdominal, é primeiro passo pra quem quer ficar longe dos problemas de coluna. É possível reforçar músculos e tendões que circundam as vértebras e impedir o avanço da doença.
> José Goldenberg.