sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

PALPAÇÃO DO JOELHO

Neste tópico iremos abordar as técnicas de palpação do joelho das partes ósseas relacionadas abaixo:

  1. Epicôndilo lateral
  2. Epicôndilo medial
  3. Tuberosidade da Tíbia
  4. Tubérculo de Gerdy ou anterior da tíbia
  5. Cabeça da Fíbula
  6. Patela
Fêmur

Epicôndilo lateral – paciente em DD com o joelho fletido e pé apoiado na maca; terapeuta em pé, ao lado e de frente para o paciente. A estrutura é diretamente acessível à palpação; é a saliência óssea mais proeminente na região distal e lateral do fêmur. NOTA: Sua porção posterior apresenta uma depressão que é o local de inserção do ligamento colateral fibular ou lateral.

Epicôndilo medial – paciente em DD com o joelho fletido e pé apoiado na maca; terapeuta em pé, ao lado e de frente para o paciente. É a estrutura mais proeminente medial do fêmur. Daí, do ápice do côndilo medial do fêmur parte o ligamento colateral tibial ou medial.

Tíbia

Tuberosidade da Tíbia - paciente em DD com o joelho fletido ou estendido. É uma estrutura diretamente acessível à palpação na região anterior proximal da perna, abaixo da patela com superfície triangular e ápice distal. A tuberosidade da tíbia separa na frente o côndilo lateral e medial da tíbia, é a inserção do tendão quadriciptal.

Fíbula

Cabeça da Fíbula - paciente em DD com o joelho fletido a 90º, perna em posição neutra. Terapeuta de frente para o paciente, uma das mãos segura o pé do paciente na sua região lateral. Executa-se uma rotação medial da perna e a palpação se faz atrás e abaixo do tubérculo de Gerdy. Esta manobra permite que a estrutura pesquisada se desloque para trás e para fora. NOTA: O nervo fibular comum contorna essa estrutura posteriormente antes de atingir a perna (importante para a marcha).


Patela

Patela - Paciente em DD com o joelho estendido e quadríceps relaxado. Terapeuta de frente para o paciente. Osso triangular em ápice distal e base proximal localizado anteriormente no joelho. Apresenta 2 bordas ou margens (medial e lateral).

Músculos do Joelho

JOELHO

Músculos que fazem:

Flexão:
» Sartório;
» Grácil;
» Bíceps femoral;
» Semitendinoso;
» Semimembranoso;
» Plantar delgado (fraco);
» Poplíteo (auxilia);
»  Gastrocnêmios (auxilia).
Extensão
» Vasto lateral;
» Vasto medial;
» Vasto intermédio;
» Quadríceps femoral;
» Tensor da fáscia lata (auxilia);
» Reto femoral;
» Glúteo máximo (auxilia).
Rotação interna
» Sartório;
» Grácil;
» Poplíteo;
» Semitendinoso;
» Semimembranoso.
Rotação externa
» Bíceps femoral;
» Tensor da fáscia lata (auxilia);
» Glúteo máximo (auxilia).
Os joelhos são compostos por três articulações, quando é observada a sua estrutura geral, sendo elas duas femorotibiais e uma femoropatelar. Existem ainda alguns elementos que ajudam a proporcionar reforço a esses membros:

» Ligamento poplíteo arqueado;
» Ligamento poplíteo oblíquo;
» Ligamento cruzado anterior;
» Ligamento cruzado posterior;
» Ligamento colateral medial/tibial;
» Ligamento colateral lateral;
» Ligamento patelar;
» Cápsula articular fibrosa;
» Meniscos.


Artigo sobre Calcificações

                                                   
        INTRODUÇÃO

            Calcificação é um fenômeno bioquímico caracterizado pela deposição de sais de cálcio em qualquer parte do organismo. O mecanismo das calcificações segue o princípio de que um núcleo inicial é formado nas mitocôndrias, sede dos depósitos normais de cálcio na célula, quando esta entra em contato com altas concentrações desse íon no citosol ou no líquido extracelular . A deposição de cálcio normal ocorre durante a formação dos tecidos ósseos e dentários. Calcificações patológicas, referidas como heterotópicas, ocorrem devido a alterações metabólicas celulares que induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais em locais onde não é comum a sua deposição . As calcificações patológicas podem ser classificadas em distróficas, idiopáticas e metastáticas.
           
         DESENVOLVIMENTO

A calcificação distrófica ocorre quando não há suprimento sanguíneo suficiente, e tecidos necróticos e isquêmicos estão presentes. Ocorre geralmente, no centro de tumores em crescimento, onde se observa a diminuição da respiração celular, redução na produção de dióxido de carbono e aumento na alcalinidade do fluido extracelular, resultando na formação de um microambiente em que o cálcio é facilmente depositado. Os níveis do cálcio sanguíneo são normais. Tal condição pode não produzir sinais e sintomas, porém induzem, ocasionalmente, ao edema e à ulceração dos tecidos. As massas calcáreas podem ser palpadas. São exemplos de calcificações distróficas as dos nódulos linfáticos, os tonsilolitos e as calcificações de vasos sanguíneos como as da artéria carótida.
            A calcificação metastática consiste na deposição do cálcio sérico em tecidos sãos, resultante do seu excesso na circulação sanguínea. Isso se dá devido à remoção de cálcio dos ossos, comum em situações de inflamações ósseas, imobilidade, hiper paratireoidismo, hipervitaminose D, doença renal. O aumento dos níveis do íon faz com que ele combine com o fosfato e precipite nos tecidos que entram em contato com as altas concentrações calcêmicas. São calcificações metastáticas as do complexo estilohioideo.
            Calcificações idiopáticas são as que ocorrem em tecidos normais, na presença de níveis normais de cálcio sanguíneo. São exemplos os sialolitos ,flebolitos e a Miosite osssificante que ocorre nos atletas.
   
        MATERIAL E MÉTODOS

LÂMINA: VESÍCULA BILIAR
A calcificação distrófica relaciona-se com áreas que sofreram agressões e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas. Nesse tipo de calcificação notamos um acúmulo de cálcio (não ocorre elevação do valor considerado normal para o organismo que é 10% ao todo) em uma determinada região tecidual, alertando que o órgão em questão está em processo de defesa, podendo ser observado depósitos de cálcio no tecido , com a finalidade de obter-se uma reparação tecidual.
A calcificação distrófica pode estar presente em vários tecidos , mas geralmente o tecido mais lesionado é o tecido conjuntivo. Podemos observar essa lesão devido ao derramamento de plasma sanguíneo sendo apresentada em vermelho vivo, graças a coloração de Tricrômico de Masson (T.M) que cora na cor verde a queratina e as fibras musculares, em azul ou mesmo verde o colágeno e os tecidos ósseos, em vermelho brilhante ou rosa o citoplasma, e em castanho escuro ou mesmo preto os núcleos celulares.
Ainda nessa mesma patologia, presenciamos o Processo de Tamponagem que nada mas é , um processo de recuperação com o intuito de fazer a neutralização do meio ácido, possibilitando que os fibroblastos (células mesenquimais localizadas no estroma dos tecidos) faça a manutenção da integridade do tecido conjuntivo através da síntese dos componentes da matriz celular ocorrendo a cicatrização do tecido.

LÂMINA : TECIDO EPITELIAL (PELE)

Já no depósito de melanina intradérmico , notamos a presença de grândulos também chamados de nevus onde podemos visualiza-los em castanho escuro graças à presença da coloração Hematoxilina e Eosina (H.E) ,localizados ali devido ao acúmulo de melanina intradérmica situado na 1º camada da pele (epiderme), à nível de tecido epitelial pavimentoso estratificado.
Nevus são lesões pigmentadas (marrons ou pretas), que podem surgir após o nascimento ou serem congênitas. Apresentam diversos tipos de lesão, que podem ser planas, verrucosas ou salientes. Geralmente têm cor uniforme, variando do marrom ao negro e são normalmente conhecidas como sinais, pintas ou verrugas, dependendo do seu tipo.
Em termos de normalidade, ele poderá situar-se à nível da epiderme considerando o mesmo como uma lesão benigna. Em questão de anormalidade , ele poderá situar-se à nível da derme, sendo considerado como uma lesão maligna, podendo ser cancerígeno.
  
DISCUSSÃO E RESULTADOS

Na aula prática observamos a calcificação distrófica e o deposito de melanina intradérmico. Ambas de natureza benigna, porém em suas outras formas podem causar formas mais serias de patologia como o câncer.
No caso do acumulo de cálcio apesar de ter inicialmente uma função de reparação de lesões, a partir de certo nível pode evoluir de distrófica para  um calcificação metastática originada a partir da uma hipercalcemia,  geralmente  ocorre em indivíduos com problemas renais e sem lesão pré-existente, sendo responsável pelo enrijecimento da artérias e veias ocasionando um acumulo de cálcio que pode levar a uma ateroesclerose.
Outra é a calculose ou litíase, que se originam a partir uma lesão pré-existente, ocorre em qualquer estrutura que não transporte sangue em órgãos ocos e ductos. Há um terceiro tipo chamada de idiopática, são as que ocorrem em tecidos normais na presença de níveis normais de cálcio sanguinho. São exemplos os sialólitos e os flebólitos.
Já no deposito de melanina, ocorre o que chamamos de pigmentações que podem ser divididas em dois tipos endógenas (a patologia que causara a pigmentação ,podem ser hemáticas ou melânicas) e exógenas(a pigmentação que causará a patologia) servindo como indicadores de lesões, inflamações e  anemias entre outras doenças no organismo.

Uma forma muito conhecida de deposito de melanina ocorre na presença de nevus , que são grânulos de cor castanho escuro a nível de epiderme  que em sua maioria apresentam-se de forma benigna mas dependendo do seu formato e profundidade podem acabar evoluindo para um câncer. Outras formas também muito conhecidas desses depósitos provem  da degradação da hemoglobina(vermelho) gerando a bilirrubina(amarelo-esverdeado) responsável por indicar uma doença chamada icterícea, ocasionado pela deposição da mesma na pele do individuo.


By Bianca Dantas e Higor Nascimento

Potencial de ação e Contração muscular.

Potencial de Ação e Contração Muscular

  Etapa de repouso

·       Potencial de repouso;
·       Antes do potencial de ação;
·       Membrana está polarizada (-90mV);

Etapa da despolarização
·       Membrana torna-se muito permeável ao fluxo de cargas positivas para o interior da membrana;
·       Despolarização da membrana;
·       Nas fibras nervosas mais grossas o potencial de membrana normalmente ultrapassa o valor zero;
Etapa de repolarização
·       Canais de Na se fecham;
·       Rápida difusão de K para fora;
·       Potencial de repouso é restabelecido;
·       Membrana está polarizada (-90mV);

OBS:

·       Canais de sódio: Voltagem-dependentes - Causador da despolarização e da repolarização;
·       Canais de potássio : Voltagem-dependentes - Aumento da velocidade de repolarização;
·       Atuam em conjunto com a bomba de Na e K e com os canais de vazamento de Na e K;

Canais de Na voltagem-dependentes

          REPOUSO
·       Potencial de repouso;
·       Canal fechado: não há entrada de Na;

           ATIVADO
·       Potencial se torna menos negativo (-70 e -50 mV);
·       Mudança conformacional do canal: abertura da comporta de ativação;
·       Rápida entrada de Na;
·       Estado ativado;
·       Despolarização da membrana;

           INATIVADO
·       Potencial se torna menos negativo (-70 e -50 mV);
·       Mudança conformacional do canal: fechamento da comporta de inativação (décimos de milésimos de segundos após abertura da comporta de ativação);
·       Sem passagem de Na;
·       Estado inativado;
·       Repolarização;

Canais de K voltagem-dependentes


          REPOUSO (Canal fechado)

·       Potencial se torna menos negativo;
·       Mudança conformacional do canal: abertura da comporta;
- Abertura é muito lenta: quando os canais de Na estão fechando (repolarização);
·       Efluxo de K auxilia na repolarização;


       
         Condução saltatória

·       Íons não podem fluir através da bainha de mielina;
·       Podem fluir pelos nodos de Ranvier - Potenciais de ação ocorrem somente nos nodos;
·       Potenciais de ação são conduzidos de nodo a nodo → condução saltatória;
·       Processo de despolarização salta por longos trechos Aumenta a velocidade da transmissão nervosa;
·       Conserva energia para o axônio - Só os nodos despolarizam → menos energia para restabelecimento do gradiente da Na e K;
·       Velocidade de condução;

Fibras amielínicas: 0,25 m/s
Fibras mielínicas: 100 m/s

Contração Muscular

1.     Potencial de ação alcança a junção neuromuscular;
2.     Abertura de canais de Ca dependentes de voltagem;
3.     Liberação de ACh na fenda sináptica (exocitose);
4.     ACh se liga ao receptor de cátion dependente de ligante na membrana da fibra muscular;
5.     Influxo de Na na fibra muscular;
6.     Potencial de ação (+50 a 75mV) é gerado (potencial de placa motora) e propagado (potencial de repouso: -80 a -90mV);
7.     Liberação de Ca pelo retículo sarcoplasmático;
8.     Deslizamento das fibras de actina e miosina (contração muscular);
OBS: O termino da contração se dá quando o Ca é bombeado para o retículo sarcoplasmático;

  Fontes de energia para contração muscular
·         Fosfocreatina.
·         Metabolismo oxidativo.
·         Quebra do glicogênio muscular.

  Eficiência da contração muscular
·       Eficiência: % de energia convertida em trabalho e não perdida na forma de calor.
·       Eficiência da contração muscular <25%.
50% da energia dos nutrientes é perdida na formação do ATP.
40-45% da energia do ATP pode ser convertida em trabalho.

·       Relação inversa entre eficiência e velocidade da contração
↑Velocidade ↓eficiência
Eficiência máxima: velocidade = 30% velocidade máxima

  Fibras Rápidas(músculo branco)
·       Fibras grandes e com grande força de contração
·       Retículo sarcoplasmático extenso: rápida liberação de Ca
·       Glicólise para rápida liberação de energia
·       Metabolismo oxidativo secundário (menos mitocôndrias)
·       Menor suprimento de sangue
  Fibras Lentas (músculo vermelho)
·       Fibras menores com menor força de contração
·       Grande demanda de oxigênio → maior aporte de vasos sanguíneos
·       Metabolismo oxidativo intenso → número elevado de mitocôndrias
·       Grande quantidade de mioglobina (contém ferro) → músculo vermelho 


Bons Estudos! 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CRIOTERAPIA NA FISIOTERAPIA

CONCEITO

     É uma terapia que utiliza o frio nas mais diversas formas (líquida,sólida,gasosa), com o objetivo terapêutico de retirar calor do corpo. A retirada de calor do corpo tem por objetivo induzir os tecidos a um estado de hipotermia favorecendo uma redução da taxa metabólica local.

 REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL FRENTE AO AMBIENTE FRIO  

   Fisiologia da Temperatura Corporal Frente ao Ambiente Frio

Quando um indivíduo está exposto a condições ambientais de baixa temperatura, a perda de calor por radiação pela superfície corporal, exagera-se de acordo com o gradiente térmico gerado entre a temperatura da pele e a temperatura do ambiente; quanto maior for este gradiente térmico, maior também será a magnitude da termólise por radiação.
Por outro lado, se além da baixa temperatura houver uma corrente de ar (vento, por exemplo), a perda de calor por convecção se acrescenta à radiação; deste modo, a termólise se acentua. A perda de calor através da superfície cutânea determina esfriamento da pele, fator suficiente para estimular os receptores do frio, ou de Krause, localizados nas camadas subdérmicas e sensíveis às diminuições de temperatura local.
De acordo com a intensidade do estímulo frio há uma relação direta e proporcional com a freqüência de impulsos gerados e transmitidos pelas vias aferentes sensitivas, de modo que o sistema nervoso central recebe um número maior de impulsos quanto maior for a intensidade do estímulo aplicado na pele.
Os impulsos aferentes chegam até os núcleos ventro-póstero-laterais do tálamo (tálamo ventrolateral), ao nível de cujas sinapses gera-se a sensação de frio, que pode ser epicrítica, quando, através das vias tálamo-corticais, cheguem impulsos ao córtex somestésico correspondente, fenômeno através do qual a sensação térmica torna-se precisa, definida e discriminativa.



   Regulação Hipotalâmica De Temperatura

O centro responsável por controlar a temperatura corporal está localizado na região pré-óptica do hipotálamo anterior como mostra a figura1, formada por grupo de neurônios que responde diretamente à temperatura. O aquecimento dessa área produz vasodilatação em praticamente todos os vasos cutâneos do corpo desencadeando também a sudorese.
O resfriamento do centro causa vasoconstrição e parada da sudorese. Além disso, os receptores de temperatura da pele participam do controle do fluxo sanguíneo cutâneo por produzirem sinais nervosos reflexos para os vasos sanguíneos cutâneos por meio da medula espinhal ou passando pelo hipotálamo, antes de voltarem para os vasos sanguíneos. 
Quando a temperatura do sangue aumenta, a freqüência da descarga dessas células aumenta na mesma proporção, e quando a temperatura diminui a resposta dessas células é a diminuição da frequência das descargas.
A partir dessa área pré-óptica temperatura-sensível, sinais são irradiados para várias outras regiões do hipotálamo, para controlar a produção ou a perda de calor. Em geral, o hipotálamo pode ser dividido em duas regiões de controle de calor: um centro de perda de calor, de situação anterior, e que, quando estimulada provoca a redução do calor corporal, e um centro de produção de calor, de situação posterior e que, quando estimulado, aumenta o calor corporal.

Figura 1: Localização dos principais núcleos hipotalâmicos.

1-     Núcleo paraventricular                 8-  Corpo caloso
2-     Núcleo pré-óptico                        11- Coluna do Fórmix
3-     Núcleo ventromedial                   12- Quiasma óptico
4-     Núcleo supra-óptico                    15- Tálamo
5-     Núcleo posterior                          18- Corpo pineal
6-     Núcleo dorsomedial                    19- Tecto do Mesencéfalo
7-     Corpo mamilar                             20- Lâmina terminal

           Todo e qualquer uso de gelo ou aplicação de frio que resulta em remoção do calor corporal, diminuindo assim, a temperatura dos tecidos e utilizado para fins terapêuticos é denominado Crioterapia.

Modos de Aplicação

A crioterapia pode ser aplicada de acordo com os seguintes métodos: bolsas de gelo; compressas de gelo; compressas de cubos de gelo artificial; compressas frias químicas; imersão em gelo; massagem com gelo; aparelhos de frio; sprays refrigerantes; bandagens com sprays refrigerantes.


Efeitos Inflamatórios

A  crioterapia reduz o processo inflamatório agudo principalmente nos traumatismo agudo, sendo que a aplicação da crioterapia sobre a área lesada tem a ação anti-inflamatória por diminuir o metabolismo além de se opor a vasodilatação inflamatória.

Efeitos Circulatórios

       A crioterapia induz espasmos vasculares, que diminuem o calibre das arteríolas e aumentam a adesividade das células endoteliais diminuindo assim o fluxo sanguíneo adjacente e a permeabilidade vascular que fazem parte dos efeitos essenciais para instalação do processo inflamatório. 
        A mudança da temperatura dos tecidos causa diminuição do metabolismo, das ações químicas das células e consequentemente da quantidade de oxigênio e de nutrientes. O decréscimo do fluxo através da lesão dos vasos limita o edema; há menor liberação de histamina e interrupção no processo de evolução da rotura do capilar, o que normalmente ocorreria após a lesão. Há melhor drenagem linfática devida menor pressão no líquido extravascular.

Redução de Edema

A permeabilidade vascular é significantemente reduzida com a aplicação de frio, desta forma limitando a migração leucocitária. Sem a efetiva ação leucocitária no tecido lesado, o processo digestivo de detritos celulares e de outros materiais é diminuído. Desta maneira ocorre a contenção do processo de liberação de proteínas livres, reduzindo assim os efeitos das mesmas sobre a pressão oncótica do tecido, modulando a formação de edema.

Diminuição do Metabolismo Tecidual

       Um dos efeitos mais importantes do frio sobre o organismo é a diminuição metabólica tecidual, ocasionado pelo menor consumo de oxigênio por parte dos tecidos lesados. A crioterapia nesses casos visa diminuição metabólica, objetivando que os tecidos lesados que estão submetidos a irrigação sanguínea precária, possam diminuir seu gasto metabólico e possa sobreviver por mais tempo.
              A hipotermia reduz a necessidade de energia celular, assim o consumo de oxigênio pelo tecido, desta forma quanto mais baixa a temperatura tecidual, mais profunda será a depressão tecidual. A relação temperatura e captação de oxigênio é inversamente proporcional, sendo que quanto menor a temperatura tecidual, maior a captação de oxigênio pela célula.
             
               O uso da crioterapia nas primeiras 24 a 48 horas após o trauma leva a uma diminuição no índice metabólico e consequentemente a uma diminuição da lesão hipóxica secundária. O CO² é um dos mais importantes metabólicos do organismo, com o uso da crioterapia, este sofrerá alterações que acarretarão na diminuição da sua concentração, levando a um aumento do tônus vascular e consequentemente a uma diminuição do seu diâmetro, ou seja, uma vasoconstrição.

Decréscimo da Dor e Espasmo Muscular

      O resfriamento faz com que ocorra um aumento na duração do potencial de ação dos nervos sensoriais, e consequentemente um aumento do período refratário, acarretando uma diminuição na quantidade de fibras que irão despolizar no mesmo período de tempo. 
      Conclui-se então, que, ocorre uma diminuição na frequência de transmissão do impulso e uma diminuição da sensibilidade dolorosa. A aplicação do gelo faz com que aumente o limiar de excitação das células nervosas em função do tempo de aplicação, ou seja, quanto maior o tempo, menor a transmissão dos impulsos relacionados à temperatura o que pode gerar analgesia ou diminuição da dor. 
     Sendo assim, o frio age com afeito analgésico por atuar diretamente nas terminações nervosas, diminuindo a velocidade condutora das fibras nervosas e por estimulação competitiva nos mecanismos de comporta. A hipotermia nos músculos, reduz a velocidade de disparo das fibras nervosas do tipo Ia do fuso muscular favorecendo a redução espasmódica, que ocorre na relação de 1.86 m/s por grau Celsius.

EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CRIOTERAPIA
Foi encontrado na literatura, diversos efeitos fisiológicos ocasionados pelo uso da crioterapia e são eles:
-         Anestesia
-         Redução da dor
-         Redução do espasmo muscular
-         Estimula o relaxamento
-         Permite mobilização precoce
-         Melhora a amplitude de movimento (ADM)
-         Estimula a rigidez articular
-         Redução do metabolismo
-         Redução da inflamação
-         Estimula a inflamação
-         Redução da circulação
-         Estimula a circulação
-         Redução do edema
-         Quebra do ciclo dor-espasmo-dor

       Conceito de Inflamação
A inflamação é a reação do tecido vivo vascularizado à lesão local. É causada por infecções bacterianas, agentes físicos, substâncias químicas, tecido necrótico e por reações imunológicas. O papel da inflamação é conter e isolar a lesão, destruir os microrganismos invasores, inativar as toxinas e atingir a cura e o reparo. Entretanto, a inflamação e o reparo são potencialmente nocivos, provocando reações de hipersensibilidade potencialmente fatais, lesão progressiva do órgão e fibrose. 

Sinais Clássicos Da Inflamação Aguda 
·        Calor
·         Vermelhidão (rubor)
·         Edema (tumor)
·         Dor
·         Perda da função

  Efeitos da Inflamação
·        Vasoconstrição inicial transitória das arteríolas;
·        A seguir, vasodilatação, provocando aumento de fluxo responsável pelo calor e pelo rubor;

·        Menor velocidade de circulação, eventualmente devida a permeabilidade vascular aumentada é a causa do edema;

·        Com a menor velocidade, surge marginação dos leucócitos, precedendo os eventos celulares.

   Inflamação Crônica

Inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada, na qual a inflamação ativa, a destruição tecidual e as tentativas de cicatrização ocorrem de forma simultânea. 

Essas inflamações podem surgir de várias maneiras tais como:

·        Pode ocorrer após inflamação aguda, devido à persistência do estímulo desencadeador ou devido a alguma interferência no processo normal de cicatrização; 

·        Pode ser resultado de surtos repetidos de inflamação aguda; 

Mais amiúde começa de forma insidiosa como uma resposta indolente de baixa intensidade que não segue a inflamação aguda clássica, em uma das seguintes situações: 

-         Infecção persistente por micróbios intracelulares que são de baixa toxicidade, mas que evocam uma reação imunológica; 
-         Exposição prolongada a substâncias não degradáveis, mas potencialmente tóxicas;
-         Reações imunes, em particular aquelas perpetuadas contra os próprios tecidos do indivíduo;

Os achados histológicos da inflamação crônica incluem:

·       Infiltração por células mononucleares, principalmente macrófagos, linfócitos e plasmócitos; 
·       Destruição tecidual; 
·       Reposição do tecido conjuntivo da lesão por um processo envolvendo proliferação dos vasos sanguíneos e fibrose.

Estudos da Crioterapia na Inflamação

Em um estudo, Ducan e Brooks utilizaram injeções subcutâneas, nas costas de coelhos, de cultura de stafilococus aureus , que são cocos gram-positivos que formam grumos semelhantes a cachos e que provocam lesões cutâneas. Quando essas lesões estão localizadas na pele, ossos ou valvas cardíacas provocam inflamação piogênica. 
-         Algumas feridas não foram tratadas
-         Outras feridas foram tratadas com água a uma temperatura de 40Cº.
-         Outras feridas foram tratadas com água a uma temperatura de 10Cº

Os resultados obtidos após 24h, a resposta inflamatória era maior nas feridas tratadas com água a 40ºC e as feridas tratadas com água a 10ºC as respostas inflamatórias quase não existiam. 
Após 24h de interrupção do tratamento as lesões tratadas pela crioterapia pareciam com as não tratadas nas primeiras 24h da lesão.
Com esses dados os autores chegaram a uma conclusão que a crioterapia não alterou a resposta inflamatória, e sim, a adiou.

Indicações

- Redução da dor – analgesia;
- Contenção do processo inflamatório e do edema;
- Restrição da área do trauma;
- Redução do espasmo muscular;
- Diminuição do metabolismo celular;

Principais indicações nas lesões ortopédicas:

-  Lesões musculares;
- Entorses articulares;
- Traumas agudos;
- Luxações;

Modalidades e Aplicações:

Existem diversas modalidades terapêuticas na crioterapia como: bolsas frias de gel de sílica ou ativadas quimicamente; pacotes com gelo; banho de imersão; massagem com gelo; Polar Care Cooler; Cryo Cuff e sprays frios. Iremos explicar as mais usadas, mas sua aplicação vai depender da área lesionada e da parte do corpo a ser resfriada. Quanto maior a espessura do tecido adiposo maior tempo para resfriar e nas áreas com a pele mais fina menor tempo. 

Pacote de gelo: 

A principal e mais barata modalidade da crioterapia é a bolsa ou saquinho de gelo. Simples de fazer, utilizando cubos de gelos, de preferência picados dentro de bolsas apropriadas ou somente sacolas plásticas.

Aplicação: recomendada para regiões pequenas do corpo; se forem utilizadas em articulações a dica é tirar o ar do saquinho, para ficar mais moldável. Utilizada na fase aguda da lesão, 24 a 48 horas após a lesão (começo do processo inflamatório) e em lesão como entorses, distensões musculares e traumas agudos.

Tempo: 15 a 20 minutos de aplicação contínua. 

      No processo inflamatório existe um protocolo para aperfeiçoar a aplicação do gelo, principalmente na diminuição do edema, que é a elevação com compressão da região lesionada. Normalmente recomendamos ficar deitado na hora da aplicação e colocar o membro lesionado para cima, pelo menos 20cm acima do coração, com a compressão do gelo, utilizando, por exemplo, uma faixa ou atadura.

Cuidado: Esse tempo de 15 a 20 min é o período mínimo necessário para ocorrer o resfriamento e proporcionar efeitos terapêuticos.  Deixar passar esse tempo, ou seja, mais que 20, 25 minutos levará há efeitos prejudiciais no tecido, como queimaduras ou dores exacerbadas.


Banho de Imersão:
 A imersão utiliza o gelo com água num recipiente.

Aplicação: Utilizada normalmente para extremidade do corpo onde o pacote de gelo não se molda adequadamente ou para ter um resfriamento de grandes regiões do corpo. Na imersão não conseguiremos realizar a elevação, mas teremos pressão da água proporcionando a compressão na região da lesão. 

Tempo: 10 a 15 minutos de aplicação contínua.

Cuidado: Por estar numa temperatura mais baixa o resfriamento é mais rápido, por isso o tempo de aplicação é mais curto.

Spray:

Existem diversos Sprays no mercado com uma grande variedade de componentes químicos como: cloreto de etil, fluorometano, álcool isopropílico, mentol, cânfora etc. 

Aplicação: para traumas ou lesões superficiais. Atua principalmente no alívio da dor.

- Vaporize em uma toalha por 2 a 3 segundos e aplique com leve compressão a toalha no local lesionado;
- Se for aplicar direto na pele, vaporize a pelo menos 30 cm de distância da pele por 2 a 3 segundos.

Cuidado: Leia sempre as recomendações do fabricante antes de aplicar o Spray. Por ter um resfriamento muito rápido o risco de queimadura é mais alto, nunca aplique nos olhos e tenha muito cuidado com aplicações em crianças.

• Contra-indicações

Iremos citar algumas contra-indicações e cuidados na hora de aplicação do gelo. Vale sempre ressaltar que qualquer doença ou lesão a ser tratada com a crioterapia deve antes ser indicada por um profissional habilitado como o Fisioterapeuta.

- Hipersensibilidade ao frio;
- Distúrbios vasoespásticos:

• Fenômeno de Reynaud
• Distrofia Simpático-Reflexa;
• Gota;

Cuidados:
Doenças periféricas vasculares e neurológicas;
Crianças;
Regiões onde a pele é mais sensível ou fina;
Regiões onde passam vasos sanguíneos e nervos como atrás do joelho (fossa poplítea);



Bom estudo!!!