INTRODUÇÃO
Calcificação é um fenômeno bioquímico caracterizado
pela deposição de sais de cálcio em qualquer parte do organismo. O mecanismo
das calcificações segue o princípio de que um núcleo inicial é formado nas
mitocôndrias, sede dos depósitos normais de cálcio na célula, quando esta entra
em contato com altas concentrações desse íon no citosol ou no líquido
extracelular . A deposição de cálcio normal ocorre durante a formação dos
tecidos ósseos e dentários. Calcificações patológicas, referidas como
heterotópicas, ocorrem devido a alterações metabólicas celulares que induzem a
uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais em locais onde não é
comum a sua deposição . As calcificações patológicas podem ser classificadas em
distróficas, idiopáticas e metastáticas.
DESENVOLVIMENTO
A
calcificação distrófica ocorre quando não há suprimento sanguíneo suficiente, e
tecidos necróticos e isquêmicos estão presentes. Ocorre geralmente, no centro
de tumores em crescimento, onde se observa a diminuição da respiração celular,
redução na produção de dióxido de carbono e aumento na alcalinidade do fluido
extracelular, resultando na formação de um microambiente em que o cálcio é
facilmente depositado. Os níveis do cálcio sanguíneo são normais. Tal condição
pode não produzir sinais e sintomas, porém induzem, ocasionalmente, ao edema e
à ulceração dos tecidos. As massas calcáreas podem ser palpadas. São exemplos
de calcificações distróficas as dos nódulos linfáticos, os tonsilolitos e as
calcificações de vasos sanguíneos como as da artéria carótida.
A calcificação metastática consiste
na deposição do cálcio sérico em tecidos sãos, resultante do seu excesso na circulação
sanguínea. Isso se dá devido à remoção de cálcio dos ossos, comum em situações
de inflamações ósseas, imobilidade, hiper paratireoidismo, hipervitaminose D,
doença renal. O aumento dos níveis do íon faz com que ele combine com o fosfato
e precipite nos tecidos que entram em contato com as altas concentrações
calcêmicas. São calcificações metastáticas as do complexo estilohioideo.
Calcificações idiopáticas são as que
ocorrem em tecidos normais, na presença de níveis normais de cálcio sanguíneo. São
exemplos os sialolitos ,flebolitos e a Miosite osssificante que ocorre nos
atletas.
MATERIAL E MÉTODOS
LÂMINA: VESÍCULA BILIAR
A calcificação distrófica relaciona-se com áreas que sofreram
agressões e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis
ou já necrosadas. Nesse tipo de calcificação notamos um acúmulo de cálcio (não
ocorre elevação do valor considerado normal para o organismo que é 10% ao todo)
em uma determinada região tecidual, alertando que o órgão em questão está em
processo de defesa, podendo ser observado depósitos de cálcio no tecido , com a
finalidade de obter-se uma reparação tecidual.
A calcificação distrófica pode
estar presente em vários tecidos , mas geralmente o tecido mais lesionado é o
tecido conjuntivo. Podemos observar essa lesão devido ao derramamento de plasma
sanguíneo sendo apresentada em vermelho vivo, graças a coloração de Tricrômico
de Masson (T.M) que cora na cor
verde a queratina e as fibras musculares, em azul ou mesmo verde o colágeno e
os tecidos ósseos, em vermelho brilhante ou rosa o citoplasma, e em castanho
escuro ou mesmo preto os núcleos celulares.
Ainda nessa mesma patologia,
presenciamos o Processo de Tamponagem que nada mas é , um processo de
recuperação com o intuito de fazer a neutralização do meio ácido,
possibilitando que os fibroblastos (células mesenquimais localizadas no estroma
dos tecidos) faça a manutenção da integridade do tecido conjuntivo através da
síntese dos componentes da matriz celular ocorrendo a cicatrização do tecido.
LÂMINA : TECIDO EPITELIAL (PELE)
Já no depósito de melanina intradérmico , notamos a presença de grândulos
também chamados de nevus onde podemos visualiza-los em castanho escuro graças à
presença da coloração Hematoxilina e Eosina (H.E) ,localizados ali devido ao acúmulo de melanina intradérmica
situado na 1º camada da pele (epiderme), à nível de tecido epitelial
pavimentoso estratificado.
Nevus são lesões pigmentadas
(marrons ou pretas), que podem surgir após o nascimento ou serem congênitas.
Apresentam diversos tipos de lesão, que podem ser planas, verrucosas ou
salientes. Geralmente têm cor uniforme, variando do marrom ao negro e são
normalmente conhecidas como sinais, pintas ou verrugas, dependendo do seu tipo.
Em termos de normalidade, ele
poderá situar-se à nível da epiderme considerando o mesmo como uma lesão
benigna. Em questão de anormalidade , ele poderá situar-se à nível da derme,
sendo considerado como uma lesão maligna, podendo ser cancerígeno.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
Na aula prática observamos a
calcificação distrófica e o deposito de melanina intradérmico. Ambas de
natureza benigna, porém em suas outras formas podem causar formas mais serias
de patologia como o câncer.
No caso do acumulo de cálcio
apesar de ter inicialmente uma função de reparação de lesões, a partir de certo
nível pode evoluir de distrófica para um
calcificação metastática originada a partir da uma hipercalcemia, geralmente
ocorre em indivíduos com problemas renais e sem lesão pré-existente,
sendo responsável pelo enrijecimento da artérias e veias ocasionando um acumulo
de cálcio que pode levar a uma ateroesclerose.
Outra é a calculose ou litíase,
que se originam a partir uma lesão pré-existente, ocorre em qualquer estrutura
que não transporte sangue em órgãos ocos e ductos. Há um terceiro tipo chamada
de idiopática, são as que ocorrem em tecidos normais na presença de níveis
normais de cálcio sanguinho. São exemplos os sialólitos e os flebólitos.
Já no deposito de melanina,
ocorre o que chamamos de pigmentações que podem ser divididas em dois tipos
endógenas (a patologia que causara a pigmentação ,podem ser hemáticas ou
melânicas) e exógenas(a pigmentação que causará a patologia) servindo como
indicadores de lesões, inflamações e
anemias entre outras doenças no organismo.
Uma forma muito conhecida de
deposito de melanina ocorre na presença de nevus , que são grânulos de cor
castanho escuro a nível de epiderme que
em sua maioria apresentam-se de forma benigna mas dependendo do seu formato e
profundidade podem acabar evoluindo para um câncer. Outras formas também muito
conhecidas desses depósitos provem da
degradação da hemoglobina(vermelho) gerando a bilirrubina(amarelo-esverdeado)
responsável por indicar uma doença chamada icterícea, ocasionado pela deposição
da mesma na pele do individuo.
By Bianca Dantas e Higor Nascimento
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