sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Artigo sobre Calcificações

                                                   
        INTRODUÇÃO

            Calcificação é um fenômeno bioquímico caracterizado pela deposição de sais de cálcio em qualquer parte do organismo. O mecanismo das calcificações segue o princípio de que um núcleo inicial é formado nas mitocôndrias, sede dos depósitos normais de cálcio na célula, quando esta entra em contato com altas concentrações desse íon no citosol ou no líquido extracelular . A deposição de cálcio normal ocorre durante a formação dos tecidos ósseos e dentários. Calcificações patológicas, referidas como heterotópicas, ocorrem devido a alterações metabólicas celulares que induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais em locais onde não é comum a sua deposição . As calcificações patológicas podem ser classificadas em distróficas, idiopáticas e metastáticas.
           
         DESENVOLVIMENTO

A calcificação distrófica ocorre quando não há suprimento sanguíneo suficiente, e tecidos necróticos e isquêmicos estão presentes. Ocorre geralmente, no centro de tumores em crescimento, onde se observa a diminuição da respiração celular, redução na produção de dióxido de carbono e aumento na alcalinidade do fluido extracelular, resultando na formação de um microambiente em que o cálcio é facilmente depositado. Os níveis do cálcio sanguíneo são normais. Tal condição pode não produzir sinais e sintomas, porém induzem, ocasionalmente, ao edema e à ulceração dos tecidos. As massas calcáreas podem ser palpadas. São exemplos de calcificações distróficas as dos nódulos linfáticos, os tonsilolitos e as calcificações de vasos sanguíneos como as da artéria carótida.
            A calcificação metastática consiste na deposição do cálcio sérico em tecidos sãos, resultante do seu excesso na circulação sanguínea. Isso se dá devido à remoção de cálcio dos ossos, comum em situações de inflamações ósseas, imobilidade, hiper paratireoidismo, hipervitaminose D, doença renal. O aumento dos níveis do íon faz com que ele combine com o fosfato e precipite nos tecidos que entram em contato com as altas concentrações calcêmicas. São calcificações metastáticas as do complexo estilohioideo.
            Calcificações idiopáticas são as que ocorrem em tecidos normais, na presença de níveis normais de cálcio sanguíneo. São exemplos os sialolitos ,flebolitos e a Miosite osssificante que ocorre nos atletas.
   
        MATERIAL E MÉTODOS

LÂMINA: VESÍCULA BILIAR
A calcificação distrófica relaciona-se com áreas que sofreram agressões e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas. Nesse tipo de calcificação notamos um acúmulo de cálcio (não ocorre elevação do valor considerado normal para o organismo que é 10% ao todo) em uma determinada região tecidual, alertando que o órgão em questão está em processo de defesa, podendo ser observado depósitos de cálcio no tecido , com a finalidade de obter-se uma reparação tecidual.
A calcificação distrófica pode estar presente em vários tecidos , mas geralmente o tecido mais lesionado é o tecido conjuntivo. Podemos observar essa lesão devido ao derramamento de plasma sanguíneo sendo apresentada em vermelho vivo, graças a coloração de Tricrômico de Masson (T.M) que cora na cor verde a queratina e as fibras musculares, em azul ou mesmo verde o colágeno e os tecidos ósseos, em vermelho brilhante ou rosa o citoplasma, e em castanho escuro ou mesmo preto os núcleos celulares.
Ainda nessa mesma patologia, presenciamos o Processo de Tamponagem que nada mas é , um processo de recuperação com o intuito de fazer a neutralização do meio ácido, possibilitando que os fibroblastos (células mesenquimais localizadas no estroma dos tecidos) faça a manutenção da integridade do tecido conjuntivo através da síntese dos componentes da matriz celular ocorrendo a cicatrização do tecido.

LÂMINA : TECIDO EPITELIAL (PELE)

Já no depósito de melanina intradérmico , notamos a presença de grândulos também chamados de nevus onde podemos visualiza-los em castanho escuro graças à presença da coloração Hematoxilina e Eosina (H.E) ,localizados ali devido ao acúmulo de melanina intradérmica situado na 1º camada da pele (epiderme), à nível de tecido epitelial pavimentoso estratificado.
Nevus são lesões pigmentadas (marrons ou pretas), que podem surgir após o nascimento ou serem congênitas. Apresentam diversos tipos de lesão, que podem ser planas, verrucosas ou salientes. Geralmente têm cor uniforme, variando do marrom ao negro e são normalmente conhecidas como sinais, pintas ou verrugas, dependendo do seu tipo.
Em termos de normalidade, ele poderá situar-se à nível da epiderme considerando o mesmo como uma lesão benigna. Em questão de anormalidade , ele poderá situar-se à nível da derme, sendo considerado como uma lesão maligna, podendo ser cancerígeno.
  
DISCUSSÃO E RESULTADOS

Na aula prática observamos a calcificação distrófica e o deposito de melanina intradérmico. Ambas de natureza benigna, porém em suas outras formas podem causar formas mais serias de patologia como o câncer.
No caso do acumulo de cálcio apesar de ter inicialmente uma função de reparação de lesões, a partir de certo nível pode evoluir de distrófica para  um calcificação metastática originada a partir da uma hipercalcemia,  geralmente  ocorre em indivíduos com problemas renais e sem lesão pré-existente, sendo responsável pelo enrijecimento da artérias e veias ocasionando um acumulo de cálcio que pode levar a uma ateroesclerose.
Outra é a calculose ou litíase, que se originam a partir uma lesão pré-existente, ocorre em qualquer estrutura que não transporte sangue em órgãos ocos e ductos. Há um terceiro tipo chamada de idiopática, são as que ocorrem em tecidos normais na presença de níveis normais de cálcio sanguinho. São exemplos os sialólitos e os flebólitos.
Já no deposito de melanina, ocorre o que chamamos de pigmentações que podem ser divididas em dois tipos endógenas (a patologia que causara a pigmentação ,podem ser hemáticas ou melânicas) e exógenas(a pigmentação que causará a patologia) servindo como indicadores de lesões, inflamações e  anemias entre outras doenças no organismo.

Uma forma muito conhecida de deposito de melanina ocorre na presença de nevus , que são grânulos de cor castanho escuro a nível de epiderme  que em sua maioria apresentam-se de forma benigna mas dependendo do seu formato e profundidade podem acabar evoluindo para um câncer. Outras formas também muito conhecidas desses depósitos provem  da degradação da hemoglobina(vermelho) gerando a bilirrubina(amarelo-esverdeado) responsável por indicar uma doença chamada icterícea, ocasionado pela deposição da mesma na pele do individuo.


By Bianca Dantas e Higor Nascimento

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